Meu vício

Eu,

Chorei no último segundo

Senti toda dor do mundo

Medrei sem encanecer.

Curti meu pesar profundo

Mas por ser tão moribundo

Meu vício agora é viver.

Eu,

Parei no último segundo

Não senti nada no mundo

Cessei sem transparecer.

Sem ser penoso ou jucundo

Mas por ser tão vagabundo

Meu vício é ter sem querer.

Eu,

Sorri no último segundo

Senti todo amor do mundo

Brilhei sem fosforescer.

Feliz tal qual oriundo

Mas por ser um ser fecundo

Meu vício agora é morrer.

Onécimo Fiuza
Enviado por Onécimo Fiuza em 01/01/2021
Reeditado em 01/01/2021
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