Florzinha Despetalada

Dezessete de Julho se Dois Mil e Doze...

Aquele Inverno estava atípico, desde a sua última metade.

Teve dias muito frios no início, mas que foram se entremeados por dias de temperatura amena.

Porém, da sua metade para o final, não apresentou a menor característica de inverno, a não ser pela falta de chuvas.

Uma seca que lembrava à do Nordeste, ensolarada e quente, combinava calor, falta de umidade e poluição, causando graves danos à saúde.

Os Atendimentos de Emergência ficaram lotados principalmente por pais levando crianças com problemas alérgicos e respiratórios, e muitos óbitos aconteceram.

Mas não foi nenhum problema comum à idade e à situação do clima, que levou aquela menina de catorze anos à Emergência de um Hospital, em estado desesperador.

Um Aneurisma cerebral, bastante raro nessa fase da vida, caiu como uma tempestade de Primavera, sobre a família que não conseguia entender o que acontecia com aquela quase criança, tão querida, que se lhes escapava das mãos como a areia de uma ampulheta, sem que nada mais pudesse ser feito para conservar-lhe a vida.

O bem cuidado jardim do grande Hospital para onde foi levada Luiza se encontrava atapetado pelas flores, das Azaleias e dos Jacarandás, enquanto que em Hospitais da cidade, e até em outros Estados do Brasil, outras crianças gravemente enfermas dos mais diversos males, aguardavam transplantes de órgãos que lhes propiciasse uma vida normal, enquanto viam pelas janelas a florada dos Ipês e da Primaveras esfusiantemente floridas em contraste com o céu absolutamente azul, daquele Inverno quente e florido, mas sem alegria nem esperanças...

E foi assim, como se o vento morno daquele inverno atípico, espalhasse pétalas coloridas dos jardins do Grande Hospital, que os órgãos de Luiza, Menina/Flor, foram distribuídos, como uma chuva de Bênçãos, para outra crianças, murchas e ressequidas pela enfermidade, que milagrosamente se cobriram com as pétalas coloridas da saúde e puderam voltar a brincar, sob as árvores floridas daquele Inverno Primaveril...

Benditas sejam, Luiza e sua Família, por permitirem a oportunidade de vida a seus Irmãozinhos.

Deus atuou grandemente em sua vida, Menina/Flor, permitindo que, mesmo tendo ido florir os Jardins do Céu, suas pétalas e seu perfume continuassem a florescer na vida de tantas famílias....

Que Jesus a tenha em seus braços...