Closer

CLOSER

Não me interessa mais conhecer a essência do amor. O que me move mesmo é saber se é possível amar alguém para além de uma transa ou até mesmo depois de todo desejo saciado. O que amamos realmente e o que nos é verdadeiramente indispensável? Serão as sensações que o corpo sente? As emoções em nós suscitadas? A certeza de não sermos sozinhos? A vaidade de possuir um bem? O retorno da juventude roubada?

Tudo isso se renova quando se trai alguém.

Somos pura vaidade e egoísmo. Só amamos a nós mesmos. Uns amam com a razão e outros com a intuição, mas todos amam seu próprio umbigo, e por vários motivos:

Amam o gozo que lhes dá o sexo do outro; amam o poder que o outro tem; amam ser identificados como sendo o marido ou a mulher de alguém; amam o conforto e a permanência desse amar. Tomara que um dia alguém me prove o contrário. Que descubram o que é o amor e se é possível amar alguém além de nós mesmos.

Hoje acredito, no meu jeito pensar, que o amor genuíno morre quando se diz depois do primeiro orgasmo: “Eu te amo e te quero pra sempre ao meu lado”

Analúcia Azevedo. 2006.

P.S: Escrevi esse texto após assistir “Closer- perto demais” Com Julias Roberts e Jud Law. Assistam.

Analúcia Azevedo
Enviado por Analúcia Azevedo em 31/10/2007
Código do texto: T717075