Moldura
A lágrima se molda ao rosto sem a mínima força. Não é mais apelo, é companhia. A esperança se acostumou à mudez, assim como a imagem se acostumou ao espelho.
Abriu o guarda-roupa, a geladeira, a gaveta de fotos, e nada gritava como a distância que mantinha de si mesma. Perdeu-se em algum lugar entre o polígono corpo-alma-fé-razão e chão.
O tempo passou muito rápido, tanto que a marca da lágrima ainda permanece, ainda que não seja o que parece.