Moldura

A lágrima se molda ao rosto sem a mínima força. Não é mais apelo, é companhia. A esperança se acostumou à mudez, assim como a imagem se acostumou ao espelho.

Abriu o guarda-roupa, a geladeira, a gaveta de fotos, e nada gritava como a distância que mantinha de si mesma. Perdeu-se em algum lugar entre o polígono corpo-alma-fé-razão e chão.

O tempo passou muito rápido, tanto que a marca da lágrima ainda permanece, ainda que não seja o que parece.

Lis F Nogueira
Enviado por Lis F Nogueira em 09/02/2021
Código do texto: T7180174
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