A gaivota no ombro da estátua de ferro
Somente ele olha para o fim de tarde. Somente ele atrai gaivotas. O homem do mar, ainda sereno, mantém no corpo a capa de chuva, agora já seca pelo largo tempo.
Uma barb’arbuste, sinal de vastidão, os dedos enferrujando o binóculo. O olhar corroído por já ter visto tanto. Ensinava com a boca o alcance para o voo da ave: o silêncio.
A gaivota no ombro, parceira e desobediente, fitava outro ângulo. Ambos impávidos, contemplam o que já está pronto, cada um em seu próprio infinito.