O amor não morre

Não,  o amor não morre.

Pelo menos, não de causas naturais.

Ele é atropelado pelo egoísmo

Morre de hipotermia causada pelo distanciamento

Morre pelas punhaladas da traição

Por escoriações da hostilidade

Nas explosões de grosseria.

Morre pelas quedas causadas pelos deslizes

Por sufocamento de palavras não ditas

Por envenenamento por palavras ouvidas

Pelas pancadas da decepção

Pela desnutrição da paixão

Pelas descargas elétricas da raiva

Pelas queimaduras decorrentes do calor das brigas.

Não, o amor não morre de causas naturais.

Ele morre vítima do afogamento das expectativas

Nos tiroteios do dia a dia

Nas emboscadas da rotina

Nos acidentes de percurso.

Morre pelo soterramento da confiança

Pelos cortes profundos do cinismo,

Por doenças não tratadas, como a frieza, a amargura, o ciúme, o tanto faz...

O amor morre da sede causada pelo orgulho.

Morre apedrejado pelas incompreensões

Morre de fome de carinho

Morre por repetidos descuidos,

pela negligência, pela desatenção, por ficar à deriva...

O amor desconhece a morte súbita ou o suicídio. 

Não, ele não morre de causas naturais.

E o amor jamais morre por vontade própria.

Ele é sempre vítima de atitudes equivocadas ou da falta de ações assertivas.

Grata pela interação do amigo Jacó.

O amor jamais tem fim,Mas troca de endereço.

Pois precisa recomeços,

E não nega ser assim...

(Jacó Filho)