ESQUECIMENTO

Era prazer apenas pela presença

Ternura e leveza, apenas.

Para muito além da pele,

Almas em simbiose e doçura

Emanavam, por vezes, desacordos.

Espinhos inesperados na relva macia.

Pequenos rancores,

Manchas no véu das ternuras.

Às vezes, o porvir assustava,

Sentiam esgarçar o fio da ternura

E pressentiam o terror da ausência,

Como quem vê definhar a avó amada

No vendaval das rotinas

O bemquerer esvaiu-se, roto.

Lentamente, apagou-se o sorriso nos olhos

E nada mais foi para sempre...

Após uma última aspereza, foram-se.

Incertos. E lentos. E trôpegos...

Mas foram-se.

Para nunca mais serem vistos.

Nem lembrados...

Nairson Luiz Santos
Enviado por Nairson Luiz Santos em 23/02/2021
Reeditado em 24/02/2021
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