IRRUPÇÃO



      Pandemia e suas transformações: terroz, para além do medo, vira e revira na face oculta em máscaras. Mas, qual máscara que mostro? O Eu está tão escondido que já nem sei quem sou. Cortinas de ferro, escondem o indecifrável inconsciente. É preciso guias experientes para ajudar a trilhar o caminho do sagrado.
      O corpo é protagonista dos dias. Mas, arqueia-se diante do imponderável, e sucumbe em desejos mal orientados. É preciso despertar com flores orvalhadas e beijos de Sol, mas não se sabe para que tanto ardor nos descaminhos.
     O clamor é por misericórdia nas horas de angústia. Mas, quando suaviza esquece as dores e suas profundas feridas. O esquecimento é um desviar da consciência. É preciso lucidez para chegar ao píncaro do amor, em contraponto com a cegueira da vida imediata. A existência é contraditória. É preciso viver a polaridade para descobrir a beleza nas entranhas singradas do caminho.
     Silenciar é preciso para escutar a grandiosidade da sabedoria cósmica. Há mágica no pulsar arrebatador e o encanto do amor sem palavras. O êxtase é um Ser que abre-se em pétalas cintilante: uma visão que era fresta, agora é  vastidão.