Poeta do silêncio
Como assim?
Ficou demente?
Se tudo grita por dentro?
As ideias cutucam o corpo e a mente
silenciosamente.
Provocam um verdadeiro abalo sísmico
em tudo que se move
por fora e por dentro
dançam de um lado a outro
meio vagas e sem ritmo
e o poeta boquiaberto
embebeda-se de viagens
até seu epicentro.
Pensa, escreve, lê,
murmura, chora, dança
e espamarra versos sem porquês.
Cria, recria, sente a poesia
silenciosamente.
O que tá no fundo,
faz brotar sementes
de amor, conquistas, dúvidas, ausências
lágrimas, perdas, imprudências
os sentimentos vêm à mente.
Porque falar do fundo,
se tudo está à flor da pele?
As mãos frias,
os olhos a sonhar
o coração a palpitar,
o desejo a pulsar
e a vida tão vazia.
Até que o poema se liberte
silenciosamente.
Sem barulho, sem sons
sem ninguém a escutar,
só o poeta a se comover
com direito ao que sente
no fundo, no ar, na pele
completamente.
@soninhaportopoa
@poemasflordapele
Soninha Porto Flor
Enviado por Soninha Porto Flor em 10/05/2021
Código do texto: T7252350
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.