Álbum de memórias

Hoje estou triste... A tristeza tomou conta de mim e não me deixou aproveitar o dia que estava lindo... Envolveu-me com seu véu cinzento e deixou-o tão apertado que não me consegui libertar dele... Minhas forças estavam fracas e eu deixei que me levasse com ela... Hoje o dia estava lindo sim, mas através dos meus olhos, estava cinzento, chuvoso e muito nostálgico... Saí para a rua e apesar de ver que as pessoas que por mim passavam, apesar dos rostos meios tapados pela mascara, se sentiam alegres, eu observava o que se passava ao meu redor e não conseguia ver nada que me fizesse alterar o meu estado de espirito...

Sentei-me num banco da avenida, rodeada por arvoes de grande porte e canteiros de flores, e entre as pessoas que por ali passavam eu procurava decifrar em todos os portes masculinos através do jeito de andar, que por mim passavam encontrar-te...

Queria muito encontrar-te e dar-te um abraço e um beijinho de amor ... Ao sentir esta ideia , lágrimas de saudades assomaram aos meus olhos e começaram a cair... Ali sentada naquele banco de jardim, fechei os olhos e lembrei-me dos álbuns cheios de centenas e centenas de fotos em que tu estás connosco, alegre e muito feliz... Memórias, recordações, de momentos repletos de felicidade, e no meu pensamento bailavam frases que disseste e conversas que tiveste connosco sobre a vida, sobre o amor que nos unia, sobre a família que tu amavas e tanto protegias... Ainda de olhos fechados vi o teu sorriso, que já não vejo fisicamente faz "séculos" doce, feliz... Vi os teus olhos castanhos, pousados sobre mim, repletos de um amor sem fim e senti o meu coração bater acelerado... Vi os teus braços esticados em direção a mim, para me abraçarem com força, com amor... Vi tuas mãos nas minhas, a despedires-te, a acenares com um adeus triste e penoso... Vi-te, de olhos fechados, porque te imaginei, mas não te pude tocar infelizmente... Eras uma memória, uma recordação que eu só podia visualizar de olhos fechados, fisicamente nunca mais, não... Onde quer que esteja, procuro-te sempre, num rosto, numas mãos, num andar... Sei que não te irei fisicamente encontrar mais, mas sim um dia noutro plano... Até lá, vivo das memórias, das recordações e contigo a "habitar" eternamente no meu coração!

Maria Irene
Enviado por Maria Irene em 18/05/2021
Código do texto: T7258510
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