NÃO RECLAMO, AGRADEÇO

Algumas coisas enchem o nosso coração, são pequenos gestos, palavras simples, mas tão grandes e com tanto significado que nos comovem e nos fazem refletir. Fiquei emocionada quando alguém de muito longe, de outra terra, de outro continente, me parabenizou por um texto que escrevi. Disse que gostava do meu estilo de escrever e esperava ser um escritor como eu.

É nestes momentos que percebo que não tenho o direito de reclamar da vida, devo sim agradecer, porque mesmo sendo apenas um grão de areia na imensidão do universo, eu sou eu. Tenho coração e cérebro, importa o que penso e o que faço e estou viva, sou gente.

Na verdade somos todos um grão de areia na imensidão que nos rodeia.

Individualmente somos frágeis, comparados com a grandeza que nos sustenta, mas se todos os grãos de areia se juntarem, formaremos uma rocha forte e por isso o que é extraordinário é que algures lá longe, há alguém que me topou, há alguém que gostou de mim, porque quer ser como eu, apenas porque me leu. Mas haverá melhor maneira de nos conhecerem do que através da escrita? Não, não há, porque parto do princípio que quem escreve o faz com a alma e o coração.

Contudo os que estão próximo de mim, olham-me com olhos cegos, ignoram-me e destratam-me. Usando um ditado popular, santos da casa não fazem milagres.

Não posso esquecer que há pessoas muito mal resolvidas, frustradas, porque a inveja e o ódio estão latentes no coração, mas esse não é um problema meu, é deles.

Ninguém precisa ser igual a ninguém . Cada um tem a sua idiossincrasia. Tu não precisas de ser como eu e eu não preciso de ser como tu. Devemos ser como cada um de nós é. Sejamos como somos, obedecendo ao curso normal de aperfeiçoamento, é para isso que aqui estamos e não para ver a banda passar e seremos seres humanos maravilhosos.

Se queremos ser felizes, não tentemos ser a cópia de ninguém, mas sim o espelho de nós mesmos. Não esqueçamos que a felicidade começa dentro de nós. É um trabalho interno, então, apenas siga o caminho com paciência e sabedoria e beba a viagem com vontade, ânimo e prazer.

É claro que eu digo o mesmo para mim.

Voltando ás palavras elogiosas que me deixaram comovida, vieram de alguém que a sociedade apelida de outra raça. Que outra raça? Somos todos de uma única raça, a raça humana. Por que diabos devemos subdividir a raça humana em preto, amarelo, vermelho, branco, castanho? O que importa a cor da pele? Eu sei que é um chavão, todo a gente fala isso, palavras da boca para fora, porque continua tudo na mesma, não há ação.

Gente, por dentro somos todos iguais. O sangue que corre nas veias e faz o coração bater é vermelho em todos os terráqueos. Todos nós sabemos que a cor da pele, assim como outras características inerentes a cada “raça”, tem muito a ver com as condições climáticas onde somos nativos e não podemos nascer todos no mesmo lugar, mas o chão que pisamos é o mesmo.

É preciso mudar mentalidades. Sacudir as mentes adormecidas. Quem muito dorme, pouco aprende e depois? Vamos embora deste mundo e não fizemos nada. Que levamos connosco? O sabor agridoce das belas jantaradas ou o sabor amargo da vida dormida na rua. Felicidade não é isto.

Povo, vamos batalhar por uma sociedade justa e equilibrada.

Pronto, comecei com um assunto e terminei com outro, porque a vida é mesmo assim, está tudo sabiamente encadeado. Cada um de nós é um elo dessa cadeia.

©Maria Dulce Leitao Reis

Copyright 20/05/21

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 20/05/2021
Código do texto: T7260137
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