Haja verde

Para aqueles a quem a falta abrupta deixou com opacas cores o cotidiano de névoas bonitas e malcheirosas.

Para aqueles que sentem o cheiro do gás da putrefeita vaidade e da já morta alma da vontade que emanados do crisol amargo permeiam as narinas, os dedos e os corações.

Para aqueles que remoendo a vida não se percebem cingidos de filtrada e destilada matéria de inflamação,

Não te faltem olhos.

Que não sejam escassos em cor o que têm de permeantes.

Que te acendam a faísca entre o que prende com aspérrima crueldade e o que encanta com acetinada e tépida ilusão.

Que sejam em rumo de vida para o que jaz metano como o fogo que nasce da faísca do pesar e da saudade.

Que te apareçam como caminho e te explodam o peito.

Quem dera triviais os contatos de visões....

Mas se tem uma coisa a que serve a inanimação da morte, é fazer o caminho da vida mais frutífero.

Crispim Brancatti
Enviado por Crispim Brancatti em 04/06/2021
Reeditado em 07/06/2021
Código do texto: T7271676
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.