O DIÁRIO DE LUCILUZ

"Quando nasci, já encontrei toda a porra zoneada"

Assim vou seguindo pela vida, bradando em becos, respeitando favelas, bebendo louco em bares e tabernas. Sou um atleta compulsivo. Num quinto de hora, fumo cinco maços. Todos os meses, cinco mil cigarros! Então coço a barba, mantenho a calma e tiro sarros dos que me odeiam. Puxa sacos!

Caso me veja!.. Se me vir por aí, correndo na “Tóchiconópolis”, dançando em Sodoma, fugindo! Não me chame, ou desconfio! Se me vir, não me xingue, ou sorrio! Pois me neguei aos doze trabalhos e fui expulso da comunidade. Expurgado da geração de tribos.

Surpreendentemente, opus-me totalmente aos sufrágios apocalípticos. Considerado diferente, neste mundo massificado, assassino, sem sentido. Maluco, no país dos indecisos, que não salvam palmas malditas, e nem sei se sou poeta ou bicha!

Devido ao juízo que preservo ainda, à utopia me cerca, e feliz prossigo, criando versos extremados ou atípicos. Acabo aflito, abduzido pelos ventos temidos, que estouram meus tímpanos, quando assim bendigo: experimentando metanol, ou abusando em “fique-bem”. Mas os amigos se lembram de mim! Seja na merda, ou além.

* DEDICADO A LUCILUZ.

RODRIGO PINTO
Enviado por RODRIGO PINTO em 08/11/2007
Código do texto: T727995