Há uma nuvem lá fora, a decorar o horizonte. Sugere um pássaro que vastas asas, a ter o infinito por trajetória. Meu olhar contemplativo e míope enxerga coisas metafísicas. E, cega-se diante obviedades. Em alguns. vejo corpo e alma... Em outros, só corpos, noutros, apenas uma alma dilacerada e perdida vagando entre os afetos que jamais terão. Há muita lágrima oculta em risadas, há muito sofrimento embutido em pretensas sofisticações... Há superioridade vil e, inferioridades relevantes...
A arte de ser humilde diante do caos pode trazer algum aprendizado. Tudo o que somos, enquanto somos, é ser aprendiz... eternos aprendizes numa dinâmica caótica onde tudo transmuta, transforma e se redimensiona continuamente. Lá fora a tarde caía... despencava em tons violáceos... e as maritacas passavam com seu canto escandaloso...Dilaceravam o silêncio de ouro, e inibiam a palavra de prata. Depois, bem depois, com a xícara de chá quente entre as mãos, recordei-me do afago que me davas... principalmente, quando me via pensativa. Seus olhos atormentados queriam decifrar meus pensamentos que não passavam de poesias dadaístas... a desafiar a lógica. A provocar inequações... Nada é igual. A diferença intrínseca que há entre nós, é a chave para aprendermos com a diversidade, entender um pouco mais, cada ser humano. Cada ser, cada canto poético ou realista... O olho que nem tudo vê... e a peneira da alma a recolher o precioso e o imprestável. Lado a lado como se fossem complementares...
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 16/06/2021
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