A MINHA CANETA...

Minha caneta já viu
mais de duas mil poesias...
Foram valores pensados,
queridos e rebuscados...
E a cada ideia ela vestiu,
com roupas quentes ou frias...

Se quero falar de mim,
não escolho a poesia,
pois ela não é um bom guia
para uma roupa de cetim.

Se eu quero falar de mim,
prefiro o tecido que desfia,
pois ele não me dá, enfim,
minha, de arlequim, a fantasia.

Se eu quero falar de mim,
ela resiste e protesta...
Não com facilidade, se expressa.
E não por falta de assunto, outrossim,
Mas ela protesta e resiste.
E por imagens sombrias,
das tintas, ouve-se o clarim.
Alberto Valença Lima
Enviado por Alberto Valença Lima em 17/06/2021
Código do texto: T7280749
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