Tempo para o Silencio

A cortina dança nas mãos do vento é domingo na hora que a sala consegue enfim respirar o silencio.

O gato branco olha lá fora assiste calmamente o passeio do vento beijando as flores sem mesuras.

O vento é um apaixonado influente e inconsequente nas horas que se despem na calmaria e o gato até fecha os olhos saboreando o perfume das flores desnudas.

Em tempo entendo mais dos olhos do gato e suas yogas perfeitas nos dias normais.

Na fração parada do tempo vejo que o vento me recrimina, já que não sossego para me deixar viajar nos carinhos dele.

O gato também recrimina quer colo, enquanto eu sobrecarregada de trabalho fico sem tempo para as coisas importantes deste mundo.

A simplicidade é o ouro do tempo vigente.

O relógio logo me chama como o acelerado toque do piano que ao meu lado eleva minha mente em um mundo tão doce.

Lembrei do jardim das margaridas lá onde o piano me acompanha e posso me entregar aos movimentos da dança da alma.

O sol até aparece no local sorrindo e aquece meus pés descalços, um momento tão único em suavidade que entrego ao meu ser, em celebração a gratidão com a vida.

O gato ainda olha o vento da janela e o vento sorrindo, se enrola em meus cabelos dando sossego as flores do manacá, tão abusado este vento que derruba meu quadro da alma e espanta o gato da janela.

A hora já ganhou vida, a sala movimenta o portal sincronizando o tempo, logo chega o crepúsculo com o véu das estrelas.

O silêncio flutua no tempo...

Marli Franco
Enviado por Marli Franco em 18/06/2021
Código do texto: T7281976
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