Amor X Paixão - A Eterna Contradição dos Sentimentos Humanos

Eu tenho percebido ao longo do tempo que raras são as flores que se abrem na primavera. Poucas são aquelas que exalam seu perfume durante o outono e raríssimas são as exceções às quais trazem consigo o espírito de uma nova estação.

A Intensidade dos raios solares incidentes sobre este corpo inerte, fazem com seu calor principiar ondas de pensamentos diversificados aos quais são verdadeiramente analisados e considerados como fatores inerentes ao comportamento dos seres humanos.

No ápice deste pensamento cognitivo, surgem indagações sem o mínimo de lógica mas em contra-partida com o máximo de relevância. Questionamentos sem nenhuma resposta aparente e, como se não bastasse, dúvida à integridade dos sentimentos humanos aos quais sorrateiramente mudam pela inconstância deliberada dos verbos que os acompanham em seus diferentes níveis.

Torna-se perceptível as mudanças comportamentais momentâneas. Gestos, ações, pensamentos, ultrapassam as utópicas fronteiras da realidade efetiva e incidem em uma realidade aventureira que dá margens à sofrimentos, mágoas teoricamente involuntárias que degradam e desiludem gradativamente o ser humano.

Do ponto de vista filosófico, os verbos referidos representam em sua inconstância a essência dos sentimentos humanos. Aqueles aos quais muitos confundem e poucos os compreendem. Aqueles que fazem florir do intimo e despertar do sono do ócio ignoro as mais belas ações ao ser congratulado.

Amor - aquele ao qual já definia o grande Camões em suas obras literárias como "um fogo que arde sem se ver, como ferida que dói e não se sente, como um contentamento desconte, como dor que desatina sem doer...".

Paixão - Aquele que por experiência defino como o mais traiçoeiro dos sentimentos que desperta no ser a ânsia e o desejo de amar. Quando bem cuidado, transforma-se em Amor. Quando desprezado ou mal cuidado, transforma-se em dor.

E em fim, estas duas espécies que transfiguram-se e transformam-se constantemente pela inconstância, obedecem às leis naturais evidenciadas pelo Francês Lavousier em que a máxima "Na natureza nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma", aplica-se em síntese fortalecendo um ciclo dual harmonioso.