Estrelas

Estrelas...

Como as estrelas me fazem retornar a infância...

Havia risos na rua de chão batido, ah! Risos! Que nada, eram muitas gargalhadas, vozes de crianças e vizinhos sentados em bancos rústicos de madeira, ou os velhos tamboretes que, inclusive, meu pai fazia....

E as estrelas?

Bem, já já eu falo sobre elas...

Vez por outra, vinham um cheiro que ia longe... Contagiava o lugar, era um café passado por uma vizinha, uma bacia de alumínio cheia de pipocas quentinhas...

Acontecia também de alguém chorar, ah! De longe uma mãe gritava: levanta! Isso não foi nada! E claro! O velho e querido mentiolate não podia faltar. Acho até que a gente dizia que não estava mais doendo de tanto que o danado queimava.

E as estrelas?

Ah! Elas eram nossa ilustre plateia, acredito até que se tivessem acesso ao mundo digital, eram elas que nos curtiam aos milhares, sem falar nos vaga lumes que deixavam as noites mais lindas.

A vida era simples, difícil, de muitas lutas.... mas recheada de pura poesia.

Sirlei Lima

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