THANATOS

Desolado busquei a morte

e de fato morri tantas vezes!

Morte lenta e a conta-gotas.

Primeiro morreu a infância...

depois os devaneios juvenis...

aos poucos os planos desfeitos...

as alegrias pueris e sem motivos.

Mais adiante, morreram muitos

que viveram em mim!

Os dias de ostracismos...

morreram as lágrimas...

os sonhos de um mundo melhor...

a ilusão de poder mudar o mundo...

morri tanto e sempre!

Morri junto com meu pai...

morri nas cinzas da minha mãe...

morri na ingratidão de tantos...

Ah! morri no amor e no desamor!

Ainda continuo morrendo...

a vida esvai em cronometrada hemorragia...

morri...morro a cada punhalada na alma!

Mas não me permito morrer sem poesia!!!