Quem sabe um dia?

Hoje eu queria sentar e conversar...poder falar do que sinto nas angústias e risos. Sem medo ou vergonha. Sentar e conversar num tempo de verdade. Onde cada um se mostra para o outro. Sem engano. Apenas na simplicidade da criança que brinca na rua da porta de casa. Está ali apenas para viver e ser o que é.

Hoje eu queria sair pelas ruas...sem medo de esbarrar com qualquer outro ou ser alvo de alguém. Sem propósito ou intenção. Apenas caminhar seguro, sem destino definido. Ser livre. Mais que isso, estar livre. Livre do mal do outro, do mal de mim. Ter a certeza de caminhar por estradas bondosas.

Hoje eu queria subir de novo no pé de goiaba da casa minha vó... na certeza de que não fosse escorregar. Nem mesmo cair de lá. Queria poder comer quantas acerolas quisesse. E que elas fossem todas adocicadas.

Hoje eu queria não precisar viver em estado de alerta. Está tudo seguro e calmo. Não é necessário isso, se não há perigo. Sentir a brisa e o cheiro suave de um tempo bom. Apaziguado. Não está quente, nem frio. Tudo temperado.

Hoje eu queria dá o pedaço de torta maior para a pessoa ao lado. Por vontade própria. Sem pensar eu o fazê-lo por obrigação. Apenas por achar que deve ser assim.

Hoje eu queria que a mentira não existisse. A verdade fosse escolhida sempre, e sabiamente. Para que não viesse acompanhada de algum desconforto ou constrangimento. E quando esses dois fossem presença necessário, trouxesse um terceiro com eles...o zelo com o próximo.

Hoje eu queria que todos os dias fosse bons. Que todas as pessoas fizessem o bem. Inclusive eu. Queria que fosse real os meus desejos de hoje, todos os dias.

Edu Magalhaes
Enviado por Edu Magalhaes em 15/08/2021
Código do texto: T7321565
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