INCERTEZA

INCERTEZA

Fim do percurso de páginas escritas por papel picado

Ricas memórias dissipadas ao sabor do que não se fez

O tempo finito transformado em confetes ao vento

Cada pedaço um tamanho, uma cor, uma letra

A incerteza como os sonhos alados prevalecem

Escondendo os pensamentos da visão embaçada

Fechando os olhos da aludida esperança

Pondo fim às ilusões, sentimentos do coração

As páginas que escrevemos a natureza destrói

O vento agita, o fogo queima

A água desintegra, a terra confina...

Certo é que o tempo não passa, ele mede

N’algum lugar, no fundo do coração sensível

Intactas permanecem as letras que escrevemos

Quem poderá dizer ao certo para onde vai?

Porquanto prevaleçam os imperiosos desejos

Que a esperança do amor verdadeiro não me deixe!