Carta aberta

Oi Deus,

Sou eu de novo.

Já nem sei quantas vezes já vim aqui

Ou há quanto tempo já não venho.

Ando cética, cínica, sobretudo de amor.

Embora às vezes ainda o acredite,

Me desacredito, me descredito.

Ah essas crenças que limitam minha grandeza.

Embaraça-me minhas ausências

Mas é retiro, precaução, diplomacia

Ir fundo revela-me, desnuda-me.

Não quero por ora.

Há épocas que me aperta o peito

Sufoca-me a alma essa sensação

De erro, de falta daquele cara, de mim.

Contudo, esses encontros ao acaso

nos aproximam.

Mas entenda, não repetirei erros que já conheço

Terrenos minados machucam

E eu já sou demasiado mosaico.

Não quero promessas vazias de encantos efêmeros, cansei da confusão e dos lugares rasos.

Permito-me mergulhar.

Quão fundo chegarei sem perder o ar?

Lá, aqui, acolá, fora, dentro, quero ar...

Ar novo, novos ares, olhares, amores, amar.

Tatiane Pereira dos Santos
Enviado por Tatiane Pereira dos Santos em 10/09/2021
Reeditado em 10/09/2021
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