Asas

Tenho tanta coisa guardada

tenho tantos sonhos dentro de mim

tantos intentos engavetados

empoeirados, tão bem guardados

perco a noção da realidade e fantasia.

Tantas coisas aqui que latejam, pulsam é rasga-me de incertezas e ameaçam sair e que pode ser para o bem ou para o mal,

um paradoxo, um sórdido caos.

eu tenho dentro de mim asas,  guardo comigo um ser alado dividido entre dois mundos, um deseja ficar, o outro implora para voar.

Eu tenho a força do universo dentro de mim

que não cabe mais no peito

eu sempre sinto medo, quando estou feliz.

porque aqui dentro, meus sonhos são certezas... lá fora são delírios, ou apenas um talvez.

E eu vivo a degladiar entre meus dois mundos, aquele em que eu existo, sou dona do meu destino... e o outro em que declino, onde preciso deixar as utopias, para a razão prevalecer.

Lá fora não sou sentida, sequer sou vista...

sou nada além de uma sombra na multidão,

aqui em meu mundo criado, não existem armaduras frias eu sou o próprio sentir, nenhuma barreira pode impedir minha alma intensa fluir.

Lá fora guardo minhas asas, preciso ter firmeza pra não sucumbir...

Ah, mas aqui dentro, onde domino, em meus mundos literários posso voar, posso gritar, e além de voar, posso mergulhar,

onde a poesia quiser me levar.