SUFOCO NA MADRUGADA
Senti um troço estranho nessa madrugada.
Não foi a primeira vez e creio não será a última.
Sei que peco pelas palavras, por minha insensatez...
É um mal-estar repentino que sinto ao levantar,
A cama gira com rapidez...
E eu nem tenho tempo de pensar,
Queria gritar “socorro”, mais algo estava a me sufocar,
“Preciso de ar” – eu pensava
Porta e janela do quarto fechadas,
Por quem vou chamar?
No meu desespero só uma palavra pronunciei: Senhor!
E mais que depressa me levantei,
Abri uma porta e respirei!
Estava fraca, as pernas trêmulas de novo me deitei
Não somente a cama, mais também o quarto, o mundo todo girava...
Como se estivesse presa a uma roda gigante e ela furiosamente girasse...
Sozinha e já desanimada meu filho acordei;
Era quatro e pouco da madrugada,
Daí pra cá não descansei,
Meu filho pegou o remédio – tomei
As horas passavam e não melhorei
Virava para um lado, virava pro outro
E o mundo também virava...
Sintomas de quem bebeu, de quem se drogou,
Meu corpo todo tremia a cabeça também doía,
Quase sete da manhã e eu não sabia o que fazer...
E se eu caí no chão? Quem me levantaria? Pensei.
Sou tão pesada que meus filhos não agüentaria...
E ai? Chamaria quem?
Na minha angústia levantei ainda tonta e de impulso fui para o banheiro, tomei banho, me troquei, vesti a farda mais não melhorei.
Liguei no hospital não tinha médico, me agüentei.
Não fui trabalhar pela manhã, espero que possa ir à tarde, pois médico não encontrei...
12/11/2007 11h14min
Martiniana Gomes