Quem deseja morrer não deseja a morte

Aquele dia que te encontrei, ensolarado, límpido e a brisa suave que incidia em meu rosto e tocava vosso cabelo com uma elegância... Teus lábios já tinham sido tocados, tua alma dilacerada e teu sorriso não mais existia, mas haveria de porem outro e esse alguém era eu. Consegui apenas conversar contigo quando não por coincidência te vi naquela cadeira a frente, a cadeira que sempre será a tua, não me olhaste aquele dia ao adentrar a sala, era tão tímida... Todos queriam saber quem sou, garotas criavam temas de última hora, como textos de stand-up ou de prosa, e você apenas se concentrava na aula; ao passar de semanas, talvez meses, também não por acaso, sentas-te atrás por conta do seu atraso, seu olhar continuava o mesmo, nada, vazio, um olhar que me chamava... Finalmente tive a iniciativa e como um botão de ligar falaste e como falaste, não me assustei, sabia que tinha algo a fazer e finalmente vi teu sorriso, singelo, mas elegante, sútil, mas aconchegante, um sorriso puro seguido de um leve e brevíssimo som, havia algo a mais nele e eu teria que descobrir... Ao voltar para casa mandei mensagem, respondeste de pronto e passamos assim a noite, e dormimos com a certeza de nos encontrarmos na próxima aula, você haveria de contar algo e eu ouvir... Finalmente chegou o dia e você me contou o que me mudou para sempre, eu te salvei das garras da morte, neste dia eu morri em teu lugar e renasci em teus braços com estes versos e com o primeiro passo... o passo de tornar a vida mais bela.

Theo De Vries
Enviado por Theo De Vries em 20/09/2021
Reeditado em 26/02/2022
Código do texto: T7346892
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