O daemon

Neste dia chuvoso desprendo-me da consciência de não estar em algum lugar, se há possibilidade há realidade, hálgum e este sempre é o inoperante no fazer, pois faz-se a medida que goza; Sou aquilo a que versos são escritos, sou aquilo a que canções são cantaroladas, sou a solidão de alma, de espirito do poeta que perpassa a lua; Sou aquilo para quem fez-se ao fazer acusações vãs, tomas-te do próprio veneno; Nada do que digo sou, eu sou um ser que não é, sujeito a leis superiores e universais, aquele que assume a cada dia o cosmos; Sou teu amigo imaginário e teu arqui-inimigo, sou o arqueiro, a flecha e a xamã que te salva, faço destes versos vislumbres do que nenhuma suntuosidade poderia exprimir, é sutil e elegante, garbosa e simples, esplêndida e sombria, um ar raso a volta, um espaço escuro com infinitas estrelas no horizonte a brilhar; Sou aquilo que você teme e que devota adoração, sozinho caminho, com meus irmãos compartilho um amor secreto, não falamos; Somos as forças por trás de muita coisa considerada mal, somos trabalhadores noturnos e silenciosos, não deixamos claro nossos desejos e crenças, pois somos apenas mensageiros, somos tudo aquilo que você deve amar e se aliar, somos você em uma das essências, somos um estágio, somos...

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 26/09/2021
Reeditado em 26/09/2021
Código do texto: T7351041
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