A chuva

Ao som de mil saudações

Repicam os pingos no telhado

Quem diria que depois da ventania

Ela voltaria para matar saudades.

A terra é um riso só

E assim como as plantas

O coração da gente

Fica um pouco sossegado

Depois de bater assustado

Com a poeira quente

Que cobriu domingo à tarde.

O som que ficara esquecido

Volta a batucar nas telhas

Centelhas sem alarido

Cortando o silêncio da noite

Reproduzindo na cerâmica

O acalanto que andou ausente.

Qxalá assim amanheça

Atravesse o novo dia

E assim por vários dias

Seja a novidade

Para que a saudade

De novo não aconteça.