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O meu erro foi viver
deixou de o ser
num estertor de porcelana
onde todos observam
os estilhaços
as muralhas caídas
dos sonhos
onde sempre morro
O meu erro ainda foi o adeus
a chover tanto
sem nunca me ter aventurado
enquanto o coração fugia
numa noite estrelada
dimensão paralela
para esquecer o sentido
dos sonhos
O meu erro também foi o silêncio
as frestas da janela
por onde entravam
as almas penadas
onde aquele frio
os arrepios dos que voltavam
angustiavam as noites
interrompendo os sonhos
O meu erro crucial foi esquecer
que são precisas regras
para o ser criativo
se moldar aos gostos
que só por sorte
são a tertúlia selvagem
de todos os anónimos
mortos nos sonhos
O meu erro final
foi deixar de viver
o amor no mesmo compasso
daquele mundo paralelo
onde nos conhecemos
sem entender os sinais
a orquestral sinfonia
dos sonhos.
E se o mundo terminar e aparecermos noutra linha de tempo, quero um café e a televisão para esquecer o sentido dos relógios. Ouvir aquela voz melodiosa do que para chatear quis viver. Quero aninhar-me nos lençóis e fazer amor até cair, sem que elas acordem. Quero assumir o erro que foi enegrecer as viagens, as malas feitas e desfeitas quando andavas por ali perto e eu errava sem parar.
O meu erro foi viver
deixou de o ser
num estertor de porcelana
onde todos observam
os estilhaços
as muralhas caídas
dos sonhos
onde sempre morro
O meu erro ainda foi o adeus
a chover tanto
sem nunca me ter aventurado
enquanto o coração fugia
numa noite estrelada
dimensão paralela
para esquecer o sentido
dos sonhos
O meu erro também foi o silêncio
as frestas da janela
por onde entravam
as almas penadas
onde aquele frio
os arrepios dos que voltavam
angustiavam as noites
interrompendo os sonhos
O meu erro crucial foi esquecer
que são precisas regras
para o ser criativo
se moldar aos gostos
que só por sorte
são a tertúlia selvagem
de todos os anónimos
mortos nos sonhos
O meu erro final
foi deixar de viver
o amor no mesmo compasso
daquele mundo paralelo
onde nos conhecemos
sem entender os sinais
a orquestral sinfonia
dos sonhos.
E se o mundo terminar e aparecermos noutra linha de tempo, quero um café e a televisão para esquecer o sentido dos relógios. Ouvir aquela voz melodiosa do que para chatear quis viver. Quero aninhar-me nos lençóis e fazer amor até cair, sem que elas acordem. Quero assumir o erro que foi enegrecer as viagens, as malas feitas e desfeitas quando andavas por ali perto e eu errava sem parar.