ébano
Minha visão é turva
Minha audição é falha
Meu coração é fraco
Minha boca não sente gosto
E meu nariz não sente cheiro
De forma cruel e lasciva, você se aproveita de todas as minhas fraquezas para me curar.
Minhas pupilas dilatam sempre que te vejo, te imagino, te sinto, mesmo que em pensamentos.
O ébano do metal celestial de sua pele quente, é a ambrósia que saboreio e que cura minha cegueira
Covardemente, você me salva.
Sua voz gentil, voraz, feros e perfumada, restaura minha audição.
E como uma alucinação, se faz ouvir no íntimo do meu coração
E inconsequentemente você conquista.
Assim, sem planos, sem consciência e com inocência, você me toma de assalto
Me destrói, reconstrói para depois me deixar extasiado sem reação jogado ao chão
Sem dor e sem pudor.
Agressivamente, você me conserta.
Sua arma: o perfume inerente e infinito que sinto em sua pele.
Sua estratégia: me fazer sentir em cada parte do seu corpo, cada detalhe de sua pele.
Sua vitória: a loucura que causa em mim, o desejo que me faz sentir sempre que o sinto.
Arrogantemente você me resgata.
Seu gosto, com requisitos do cabernet sauvignon da noite passada
Junto com a supernova que é seu beijo, me leva as mais profundas e coloridas galáxias
Assim observo o duelo mortal de dois triunfantes deuses que é a sua língua buscando a minha
O seu íntimo, ligado a minha boca, sempre presente, me deixando sedento
Assim, da sua maneira intrinsecamente sua
Fico jogado ao chão e, ao mesmo tempo, atravessando uma nebulosa com a vida de novas estrelas em seu ventre
Corrompido, purificado e sempre atiçado para poder, num único segundo, eternamente te ter.