Astenia
"Alice!", ela ouviu alguém urgir. "Não adianta", pensou: "Nada me fará voltar atrás". Sem pensar duas vezes, ela voou. Voou para a eternidade, para o que quer que a aguardasse depois do fim. Ela não entendia o medo que as pessoas tinham de morrer. A morte é onde a dor acaba. Aquele que a chamava, desesperado, destacou seu bilhete, que dizia: "A energia do meu corpo não condizia com as vontades da minha alma. Tinha muitos planos, desejos. Vida toda planejada. Mas meu corpo não obedecia as ordens da mente e padecia numa astenia eterna. Eu não me matei. Já estava morta. Em vida.