Ainda aqui?

Sentada em um banco

Tao solitária quanto um cacto no meio do sertão,

Apenas com seus espinhos apontados para todas as direções

É tão difícil, a proteção torna-se obrigatória

Onde estão todos? Onde foi aquela gente?

Família que ficou para trás, amores perdidos, crianças crescendo...

Cada qual segue seu caminho,

Numa travessia conturbada.

O isolamento foi obrigatório

Um mundo que ficou adormecido.

E agora ninguém consegue sair

E os que saem estão perdidos.

Perdidos no que, o que há lá fora?

Projetou expectativa em um lar que só existia na mente

E não há mais como voltar,

E não sabe como ficar.

E os dias passam rápido de mais

Por que mais haverá de sofrer?

Todos já se foram, todos já se foram.

Resiliência, seria essa a palavra?

Será que dá pra viver só em um mundo tão abrupto

Pessoas engolidas por ódio, outras por ignorância

Parece que o amor acabou, será que existe humanidade?

Ou só a encontra através da lapide,

Depois que nada mais resta?

Nesse momento não adianta mais...

Verdades aparecerão pelas lágrimas,

As quais cairão ao chão,

Tudo parece triste e pequeno.

Vale a pena seguir?

Ou melhor desistir?

De onde se enxerga sorrisos

Pensa-se que há abrigo

Na verdade, são mascaras

Escondendo a face

De toda essa perversidade.

SILVIA F SOUSA
Enviado por SILVIA F SOUSA em 19/10/2021
Reeditado em 01/11/2021
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