nublado, mas não adormecido ☁️

     Esse cobertor lacrimoso que encobre a vista do sol também é belo, as estrelas gostam de adormecer nele, macio como um algodão doce, um colchão celestial repleto de bons sonhos, um sábio e atento observador.

     Os pingos de chuva que molham os vidros da janela e formam poças na calçada nutrem os reservatórios de água, saciam a sede das plantas e sempre que a chuva se avizinha, os pássaros voam em revoada para os troncos das árvores, estarão protegidos por lá, gratos por terem um recanto seguro para dormirem até que o sol nasça outra vez.

     Eles ajuntam-se e proseiam até pegarem no sono, num sono onde abrem as asinhas e voam livres. O sol não adormece só porque o céu está nublado, ele ainda empresta sua luz e seu calor para quem lhe pedir.

     E o poeta, encantado, busca admirar todos esses encantos para eternizá-los num verso, num verso belo por definição, por se ocupar de enxergar a verdadeira beleza, e por serem capazes de enxergar essa beleza tão singela, mas tão rica em detalhes, o poeta pode enxergar-se com mais amor e em seus semelhantes saudar a criação divina, o amor por tudo que lhe proporciona caminhar e cumprir o ciclo da vida.

Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 01/11/2021
Reeditado em 08/01/2022
Código do texto: T7375835
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.