Calabouços das Dores

Ergui-me, solitário e inconsolável, perante a ignomínia. A ignorância dos dias fez-me adverso às impossibilidades do amanhã. No afã inefável dos sonhos, desejei o além. O mundo impuro, jamais se transmutará em doce poesia. Seguirá infante e implacável, subvertendo tudo.

Nada farei senão aceitar esse ardor. A dor de ser estrofes de um amanhã que nunca chegará.

Nos versos perversos dos dias, sou as luzes de uma agonia distante, num horizonte perdido de esperança.

Não há subterfúgios em minha consciência casta e perdida. Sou a sombra oculta e esquecida dos dias.