Irrestrito.

O tempo corre a frente em total afobação,

A roubar-me a essência em cada alvorecer,

Esperanças se renovam em contestação,

Desfrutando de um deflagrado embevecer,

Envolve-me, menino, em colo fraterno,

Numa trama em que o destino contribui,

Atiça a memória num emolumento eterno,

Libertando-me num sustento que evolui,

Percorre as lembranças vívidas reflorindo,

Com regozijos fretados dos caídos amores,

Seguindo a ternura do que vem ressurgindo,

Risonho contorno que enfeitiça os sabores,

O tempo nos agrilhoa a nossa própria sorte,

Com elos distanciados na longínqua infância,

É o dominador que designa o derradeiro norte,

Destitui a inocência sem nenhuma tolerância,

E ele transpõe sem piedade e nem mesmo dó,

É o beijo sem experiência em plena maturidade,

Fôlego disperso, devaneio que navegará no pó,

Sombra do sonho que sobrevém com a liberdade!

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 18/11/2021
Código do texto: T7387991
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