Alvitres.
Tudo que eu invento está no silêncio atuante,
Nos repasses admiráveis de todas as aventuras,
No aviso prenunciado, conciliador e relevante,
No simples resguardo das palavras mais puras,
Permanecem nas maravilhas que caem à tarde,
Na consignação correspondente do carvalho,
Na generosidade do febo que incessante arde,
Na partícula singela derramada pelo orvalho,
Está no tempo de outrora que se faz presente,
No aplicativo aromático apetitoso das flores,
Nos preceitos de luz de uma estrela reluzente,
Nos pássaros que ostentam serenatas e cores,
Tudo o que edito perscruto no além distante,
Na sugestão que apresenta a banda oriental,
Nos conselhos de um entendimento restante,
Nos acordes suaves em tonalidade magistral,
Colho em minha essência o que lá permanece,
Nos exalares de certeza, nas unívocas cortesias,
No mirar os dizeres de um lábio que entorpece,
E assim, aos poucos, se compõem as poesias!