Cogitações.
Quando as noites se pronunciam tão belas,
Deixando para trás acumuladas amarguras,
Sinto o sopro dos ventos impelindo as velas,
Recompondo aos poucos todas as aventuras,
Quando o anoitecer se achega batendo asas,
Costeando a lua que desponta no horizonte,
Sinto minhas ambições arderem em brasas,
E o ardor agitado brotando na água da fonte,
Quando o ocaso me guia em tosco rascunho,
Explorando os avessos da saudade distante,
Expresso a vida com carta de próprio punho,
Buscando a remissão neste errar constante,
Quando o por do sol se debruça em magia,
E os seres no retorno ao lar enlouquecem,
Traduzo da mente vocábulos de harmonia,
E abraço as palavras que a vida enaltecem,
E assim improviso em tempo intermitente,
Nesta hora em que me reconheço pequeno,
Redijo as expressões que voam livremente,
Enquanto descanso em meu recanto sereno!