superei ii (não era amor, era medo de crescer)

  A oitava estação sempre teve fama de traiçoeira, entretanto, daquela vez o frio na barriga não representava uma paixonite adolescente ganhando forças dentro do peito, mas uma vontade antagônica à falsa ilusão acalentada pelo ego.

   Voltar para aquele lugar nunca foi garantia de recuperar aquilo que o tempo levou embora por necessidade.

   Enquanto desfrutava daquele verão antecipado, vislumbrava a nova versão de si mesma, a mulher que despontava, regenerada, disposta a olhar para frente, que embora cometesse outros erros, não mais desejava ferir-se à procura de porquês que nunca lhe dariam a paz que buscava.

   As lágrimas derrubadas faziam parte do processo de limpeza que a permitiria dar o ponto final naquela história que ganhou uma dispensável continuação.

Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 30/11/2021
Reeditado em 11/01/2022
Código do texto: T7397401
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