sempre haverá um barco a seguir

o sol adentrou a boca e trespassou a nuca.

caiu em horizonte perdido numa costa de montanha,

rumo olvidado a acolher exilado do nascente,

quando o repiquete surra o mar.

dar-te-ia todas as ondas enfurecidas

que cresceram nos no meus olhos,

empurrando âmbares aos abissais.

soluçam palavras em abandono,

nas represas,

órfãs da fervura do sol fugitivo.

e se não fossem os diques rompidos na fragilidades dos papeis,

espumas não lamberiam dunas.

como gostaria de esculpir nas curvas

que o vento formou,

um rosto adorando gaivotas,

pássaros contristes ladeando veleiros

tatuando-se em espessos nevoeiros

sou aquele devaneio sem timão balançando à deriva e

encalhando sempre na promessa de encontrar

a carência de um porto.

e bastaria teu mover de lábios para que

rotas se abrissem fazendo o sol voltar

a perambular nestas linhas.

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 03/12/2021
Código do texto: T7399292
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