NA JANELA
Vexo a mim
Não me fecho ao prásino e abstêmio feixe
O peixe da seca pedra, a mumificação.
Rogo aos líricos cantos
E entoo mais ledo gracejo junto ao mar
As maritacas emudecidas - gaivotas não há!
Botelhas negras lacrimejam
E o solar ressequido do verso escapa-me...
Atravessa-me a têmpora
A bala adoça a alma, abala a coxa melodia.
Circunlóquio de resiliente história
São carinhas de anjo no ódio do poeta
A perseguição largada em pranto
Marcada a fundo na preguiça do cárdio...
Vexo-me mais um tomo
No assomo mudo e irrequieto
Precipício, escada e céu
A me tocar de estrelas
A me despedaçar de júbilo
A enternecer...
Com o salpicado desejo de arrebatar.
Quisera ser a onda
A levar, a trazer, a oscular a areia
Quisera ser a prosa
A se perpetuar, a oscilar e a morrer de amor.