Ponto

Nestes versos em prosa que eu intento nada construo além de falhas de não ser, imperfeições de não ir o suficiente, ou de ir e não, não fui... Nestes versos contínuo, possuo-me no nada e tento saber o que possuo e quanto mais penso para além dos conceitos, nada, absolutamente nada de forma absurdamente real; o meu vazio não é de ser, nem de existência, o meu vazio é do absoluto nada, esvaziado de certezas, desprovido de nobrezas e qualidades excepcionais, matem-me! nada; corram! corram-se, em ti e não, não em mim; tu não és ideia, tu és, bem, tu... Percorro o infinito e sempre beiro no impossível, mas nunca pulo a ponte e quando pulo, era sonho, acordo... Não, não há esperança, não há verdade e só por perder-me, encontrei-me; sentem, ouçam esta harmonia harmoniosamente em simetria com a melodia, que belíssima; corram de tudo aquilo que nada te diz e sim, corram de mim, corram dos homens que ousaram caminhar até o infinito, ouvir, como um pai ao falar no ouvido do filho, as harmonias de Deus e nada encontrarem; sim, cuspam no Judas, o único discípulo verdadeiro, aquele que entendeu o divino em cristo, por entender o humano; sim, cuspam naqueles que morrem por humanidades, com nenhuma delas, por isso ( ) as entendem; não, não há fé, fé é a plausibilidade de um hábito que pauta a crença através da experiência ou probabilidade, não, não há nada. E neste mesmo nada deve não haver nada, defender nada, admirar sequer a ausência; este mesmo nada que por o ser nada, é o mais próximo de tudo, pois tudo pensou de uma forma quase tão intensa, como uma supernova e que só por iluminar tanto percebeu-se nas incertas não mais vindouras, certeza, a única... E nesta dúvida que não quer calar, percebeu que o que belo era se fez desordem, caos, variáveis, n variáveis estranhas... Não! Não!! Não!!! Esta luta contra o nada só me trás angústia e quanto mais penso, minuciosamente penso, vejo que o inatingível é qualquer coisa; Ser Supremo, Tao, qualquer coisa... Qualquer, nada... Até que a morte nos consoma e nos traga o alívio de não ser o ser que é sendo e é isto, ponto.

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 17/12/2021
Reeditado em 17/12/2021
Código do texto: T7409714
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