SOLIDÃO

Madrugada indolente

a cidade dorme um silêncio angustiante,

grilhões invisíveis apertam-me o peito

entrelaçados em cadeias imaginárias.

Não ouço vozes se perdendo no vazio,

olhos na escuridão,

não os vejo a me espreitar.

E a vigília se prolonga eternamente

me confundindo com sombras inexistentes.

Estou só, vazio, impotente.

Busco, rebusco no baú da minha mente

mas nas lembranças não encontro o elo perdido.

Fico vagando em passos lentos

pela cidade submersa na saudade.

E ... nesta caminhada lenta, sem sentido

pareço um náufrago solitário em alto mar

que vai nadando

esperando um salva-vidas.