Canto do Tempo

O tempo tropeça em mim e percorre minha pele num zigue-zague esquisito...

Forma traços reticentes que, vincados pela vida, enrugam as histórias todas que vivi

O tempo navega entorpecido e sem medo das tempestades que são os instantes

Não tem sentido algum...e segue

Retratos se unem ao longo dos anos enfileirados na parede esmaecida da sala

O silêncio perturbador do passado bate a porta às vezes...noutras apenas incrusta o presente

Estamos estranhamente a nos estranhar...

Como se o tempo anunciasse a morte de assalto

Ouço o aviso e me posto solene na cama do quarto escuro onde o amor permanece parado sem conseguir entrar

Não há espaço para mais nada além de mim e meus infinitos refúgios

Recuso o tempo abstrato, o que desenha promessas pelas calçadas marcadas de desamores

Irônico estático, o tempo me morre!

Iza Calbo
Enviado por Iza Calbo em 02/01/2022
Reeditado em 02/01/2022
Código do texto: T7420467
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