VOCAÇÃO ( CORRIDA )

O meu mundo é estranho de silêncios e a chuva que chega de repente me aceita como irmã. Alimenta as minhas raízes e lava as moedas que tenho nas mãos. Quisera compreender o mistério dessas águas e o seu dulcíssimo sabor de vida, porque nada é concreto e o poema que eu escrevo na areia, fala a língua das águas, contudo, não fala a língua dos homens. Há uma penitência infinita que tropeça no meu caminho me obrigando a mudar a direção dos meus passos. Cedo ou tarde vou lançar ao mar as minhas sete moedas e com isso, o presente será o futuro e o passado apenas uma ressonância. Tomo as rédeas da minha existência e me transformo em luz.

 

 

 

imagem: Voo

aquarela s/ papel Canson

Luciah Lopez