Lente.

Da minha janela vejo a vida em pura contemplação,

Daqui vislumbro as toscas muralhas nas distâncias,

O tempo fugindo ao longe sem rumo e sem direção,

Olhares que se perderam em fugidias discrepâncias,

Deste ângulo analiso as coisas que no tempo perdi,

Separando os pesares dos tantos deleitosos sabores,

As convenções rumorosas dos devaneios que vivi,

O desbravamento dos terrenos onde plantei flores,

Nesta perspectiva os pensamentos voltam a evoluir,

Rememorando ilusões pueris que nunca passaram,

Trazendo a aurora apolínea de cada novo porvir,

E as saudades poentes das parêmias que ficaram,

No horizonte se encontram metáforas idealizadas,

Um carrossel de emoções que já foram descritas,

Sensações brotando da alma em imagens tatuadas,

Esperanças harmoniosas, personificações bonitas,

Deste prisma taciturno mergulho no que me permeia,

Nas regências, nos sons, sussurros e pensamentos,

Na motivação que corre caudatária em minha veia,

Epinício que leva o sonho solto nas asas dos ventos!

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 13/01/2022
Código do texto: T7428943
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