A MOLDURA DA PLUMERIA (*Corrida)
A MOLDURA DA PLUMERIA (*Corrida)
Ao abrir a janela, entre outras flores, está
ela, com seus atraentes ramalhetes. Vejo
então a Plumeria. Emoldurada pelas
grades, ainda assim, parece emitir um
sorriso. Em seu entorno voam borboletas.
Penso longe, melhor assim para iniciar o
dia.
Ouço o toque da campainha. Ao atender
um transeunte.
Ele começa a dizer que não está mesmo
fácil, emendando uma fala a outra, alega
ver no olhar da moça expressão de dor.
Afirma, que se pudesse ajudaria, mas
que a dor que lhe atormenta é distinta
da minha. Diz ainda, que a madame tem
dor por alguma aflição, sendo a dele
por falta de alimentação.
Proclamo, como o país está difícil! O
povo sofrendo por inúmeras situações,
fica mesmo complexo até para enumerar.
Então procuro ver como ajudar o
transeunte.
Ele agradece e vai embora, carregando
sua dor. A minha fica.
Retorno até a janela em busca de beleza
num esforço para apaziguar a indignação.
Ive Leão