DO ASSÉDIO QUE EU RECEBO.
Dos assédios que eu recebo,
o mais frequente é o desengano,
mas eu tenho sempre um plano,
para atende-lo mais depois,
e assim o tempo vai passando,
então me chega a esperança,
e tímida pergunta posso entrar?,
respondo eu não se demore.
entre antes que eu chore,
está difícil me segurar,
então um papo se inicia,
relato as noites tão vazias,
e os dias mais cinzentos,
e esta força mui simpática,
me diz com leve brandura,
não é só tu ó criatura.
que padeces deste vazio,
o mundo é feito de nata,
mas um efeito em cascata,
nos dar acesso ao soro,
e a coalhada minguada,
é quase sempre sugada,
por quem não produz o leite,
tenha fé no criador,
dê solenidade ao amor,
e as ilusões não dê confetes,
aceite-as de princípio,
mas tão logo amadureça,
troque-a pela realidade,
exerça a sua capacidade,
e assim teus sonhos frutificam-se.
MJ.