Imagem: Arte Vanda Gigo
O JARDINEIRO - Marlene Constantino
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Quando pousei a pena nas linhas dos sonhos, fechei os olhos e, grande foi o meu espanto quando vi suas asas apontarem entre as nuvens do céu e, num voo largo voltou, pousou neste vale sombrio onde chorava o meu coração. Era um anjo? Não sei. A inspiração abrindo janelas para os meus devaneios? Talvez.
A poesia carrega dentro de si vias para o imaginário, bem como tocar nossos mais antigos tesouros. O poeta é o jardineiro de mim mesma, ele poda, ele cria e recria. Seus ensinamentos me tocam, seus olhos me curam, suas asas me salvam, me faz renascer.
Então, neste momento sinto apenas um fio de tristeza em meus olhos. Não muito inspirada esses dias, apenas um silencioso momento antes da poda e o despertar da flor, como a borboleta que espera o seu renascer.