Brisa
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Afinal, de qual veredas viestes
Impassível e mortiça aragem!
Como impulsionasses tuas entranhas
Para que te fizesse cessado, por aqui teu descambar,
Aterrissar, aportar, pra descansar teus tormentos
Depois vir balançar suavente meus pensamentos
E as fazendas retalhadas w rendadas
Das minhas janelas acortinadas e coloridas!
 
Que ira abominável empreitou, teus dolentes serviços
E como foi? Conte-me assim, bem devagarinho
Diga, como conseguisses te dominar em demasia
Pra que em redomas, não viesse golpear alguém?
Me fale, como tus em quase total desalinho, resistisses
Quem te quis mal, pôs você em meus caminhos
Qual desgraça vil, por ventura quis te induzir
Ser vendaval ou ventania, forte e intensa
Pra que enveredastes até essas terras suspensas
Indo pro norte, e tu mantendo-se firme e fraco
Rumando pra essas bandas do sul
Sem derrubar nossas floradas coloridas, folhas, galhadas, casas, coisas e vidas...
 
Que bom que amainasses bastante tua cólera
Se enfraqueça de vez, vamos...
Serene e durma em teu próprio suave embalar
Faça daqui teu ponto de pouso e refúgio
Pois digo e afirmo, que no fim dessa quase desdita
Te resumistes em pluma leve, bruma opaca e Brisa de sonho!
Melhor ainda, que ninguém
Por causa de maus presságios alheios
Se feriu ou se agatanhou!
 
 
EFLÚVIO DE ARREBOL
Enviado por EFLÚVIO DE ARREBOL em 07/02/2022
Reeditado em 19/03/2022
Código do texto: T7447002
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