Pequena ostentação

Melancolia desponta em meu ser,

Transmutando-se nós dias.

Coadjuvante de mãos dadas,

Com o efêmero tédio.

Só queria voar –

Libertar-me desde flagelo.

Entorpecendo as veias,

Com a ilusão da poesia.

Fazendo da resistência –

Um grande duelo.

Pragmática sobrevivência,

Movimento solo.

Fazendo morada a dor,

Dilacerando o ser –

Dissonante louvor,

Teimosia a resistência.

Descompassada dualidade,

Em âmbito visceral –

A mil – A imaginação.

O corpo sedentário,

Cisma em pregar peças –

Totalmente ao contrário.

Fecho os olhos,

Enxergo através do portal –

O espelho.

Posso ser –

Posso fazer –

O que desejar.

Reverberando em nostalgia,

Em sensações de vidas passadas -

Reviver as reações.

Nos passos –

Em meio à solidão,

Da paz, pequena ostentação.

Observando a paisagem,

Doce miragem –

A enfeitar o céu, as borboletas.

O amanhecer, os pássaros –

Deslumbrante alvoroço.

As pequenas alegrias,

Os cuidados com as plantas.

As flores e admiração,

No amor próprio -

Às vezes, até cedo egoísmo,

Suavidade de lirismo.

Se nada for do meu jeito,

Retraio-me a ilusão.

Batimentos acelerados –

Dentro do peito,

Transcendo-me em liberdade.

Simultaneamente presa,

Por inóspita realidade –

A qual não me sacia.

Ponderação de realizações,

Momentos de nostalgia.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 22/02/2022
Reeditado em 23/02/2022
Código do texto: T7457928
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