O Duelo que importa

Sempre vamos admirar algumas pessoas na vida pelos mais variados motivos. Eu, por exemplo, admiro o concurseiro filho de médico que passou em dois ou três depois de prestar mais de quarenta. Ele teve a humildade de saber quem ele era e o mérito da perseverança. Assim como eu admiro o pedreiro que, mesmo sem estudo, faz trabalhos de deixar engenheiros impressionados.

Eu admiro imensamente o operário que é organizado financeiramente e sabe viver com dignidade do que é seu.

Mas nunca quis ser igual a ninguém. Pois, sob pena de ser pretensioso, sempre gostei do meu estilo, do fato de ser único. Não gosto de mim o tempo todo, não gosto de tudo em mim. Ainda bem, ou ficaria estacionado no tempo. E eu gosto de movimento, eu precisar caminhar sempre em frente, sou movido a desafios.

Não me impressiono com o que você tem, pois eu sempre busquei ser mais que ter. Eu não ligo se me acha meia boca e muito prosa. O meu adversário sou eu mesmo, o que tenho de pior. O meu juiz é minha consciência, única que sabe verdadeiramente a intensidade das batalhas que enfrento sozinho, lá dentro de mim.

O caminho que escolhi é o do amor, mas estou no processo. Não tenho vergonha de estar em construção. Não me iludo a respeito da minha condição evolutiva. Não sou apenas luz, mas eu duelo com minhas próprias sombras para que ela não esteja no leme da minha embarcação.

Eu navega feliz nesta grande jornada, agradecendo as tempestades que me mostram que eu de fato sou.